«Em 29 de Outubro 1971, no quartel de Caçadores de Castelo Branco, para a tropa macaca de infantaria, onde estive até jurar bandeiras no dia 18 ou 22 de Dezembro 1971.
Depois, apresentei-me no quartel de Abrantes, onde tirei a especialidade de cabo ranho, até dia 24 de Março 1972, dia em que fui para a Guine de avião, o que demorou 2 ou 4 horas e 5 minutos, levantado ali no aeroporto de Portela de Lisboa até ao aeroporto de Bissau. Aí fui metido
No dia seguinte, voltámos a montar para as viaturas e de volta a Bissau,ao cais. Ali passámos o dia todo à espera que nos dessem ordens para entrar no barco, para seguirmos viagem para a cidade de Bolama, onde estivemos um mês a tirar um treino profissional IOO.
Depois a companhia voltou a seguir viagem de barco até Balbadinca. Aí atracámos, voltámos a entrar em viaturas e seguimos viagem. Passámos por Bafatá e fomos parar a Nova Lamego, onde estivemos por volta de 1 ano. Tive problemas de saúde e baixei ao hospital militar, em Novembro de 1972, onde passei 70 dias.
Quando saí, a minha companhia tinha regressado a Bissau, onde passámos 8 dias a comer, a passear e a beber. O nosso General António Spínola disse que era uma companhia já com muitos problemas de guerra e por isso quis trazer a companhia ali para Bissau.
Ao fim de 8 dias, volta a meter a companhia num barco, acompanhado por um grupo de fuzileiros, tropa especial, e aí vamos nós, com o destino a sul de Bissau, a uma mata do Cantenhedo. O que se comia aí era arroz com atum à hora do jantar e à hora de almoço era feijoada ou rações de combatem. Ali passámos o resto da missão, até voltarmos a Bissau.
Já tínhamos 22 meses de tropa na Guine e ficámos à espera do dia de regresso à Metrópole. Foi marcado para dia 7 de Maio 1974. Qual foi o nosso azar que rebentou o 25 de Abril de 1974 e, por vias disso, a nossa companhia teve que ficar mais 2 meses em Bissau. Regressámos a casa no dia 7 de Junho 1974.»
Miriam Saiago